Empresas: "O reembolso de dispositivos médicos deve ser eliminado da lei orçamentária e uma nova governança é necessária."

Os pagamentos de reembolso de dispositivos médicos de 2015-2018, no valor aproximado de € 520 milhões, são devidos por empresas do setor. Essas empresas enfrentam dois tipos de problemas: o primeiro, mais imediato, está relacionado à complexidade dos próximos pagamentos; o segundo é estrutural, com a necessidade — reiterada pelo setor há anos — de encerrar o mecanismo de reembolso estabelecido em 2015 e implementado integralmente apenas com o Decreto Legislativo 115/2022.
A questão sofreu várias alterações ao longo dos anos, culminando no Decreto Económico (Decreto Legislativo 95/2025), que permitiu às empresas de dispositivos médicos pagar 25% do montante total referente aos anos de 2015-2018 e estabeleceu um fundo de 360 milhões de euros para compensar as Regiões, a quem o reembolso deve ser pago.
"Apesar da abertura de procedimentos por algumas Regiões, a publicação das disposições está sendo realizada com critérios inconsistentes e sem a desvinculação do IVA, fatores que geram incerteza e impossibilitam o cálculo preciso dos recursos efetivamente devidos pelas empresas." Estas são as palavras de Fabio Faltoni, presidente da Confindustria Medical Devices, às vésperas do prazo de pagamento de reembolso estabelecido pelo Decreto Econômico nº 95/2025. "Em particular", alerta, "as pequenas e médias empresas, mesmo formalmente cobertas pelo fundo de garantia, são forçadas a se expor financeiramente em um ambiente já instável devido às tarifas americanas e a um cenário macroeconômico desfavorável ao planejamento ou investimento futuro."
A Confindustria Apparecchi Medicali reitera a necessidade de uma intervenção estrutural e definitiva: "Para salvaguardar o tecido industrial do setor, que representa um ativo estratégico para o país, gera valor e emprego qualificado e contribui significativamente para a inovação tecnológica na saúde, é urgente", continua Faltoni, "que o payback para os anos de 2019-2024 e seguintes seja eliminado definitivamente na próxima Lei Orçamentária".
A Confindustria (Associação Italiana de Industriais) também chama a atenção do governo para a necessidade de engajamento imediato com as empresas: "Esperamos que, uma vez concluída esta parcela de pagamentos, o grupo de trabalho sobre governança setorial, criado no Ministério da Economia e Finanças, seja convocado prontamente. Medidas concretas devem ser discutidas, desde a revisão e atualização dos limites de gastos até um novo modelo de governança de dispositivos médicos que promova inovação, sustentabilidade e um planejamento mais alinhado às reais necessidades do Serviço Nacional de Saúde, sem impor encargos insustentáveis aos fornecedores."
ilsole24ore